O sertão sem Luar
Acho que nem inhambu descansa-me, de menos um galo triste. Não sou lua nem Luiz Gonzaga, sou é eu e este segundo ano da peste onde nada irá prosperar. Nada! Em terras que minhas ainda haverão de ser, sendo no hoje de guarda onerosa por dever, grotas são três. Nascentes em terras bem altas, groteabrindo até lagoas em brejos menos altos. Brejinho onde lontra é mato e este é braqueara com ocos de tatu. Ali na noite, onde o que pia é o curiango, inhambu-sururina não se ouve e o que se vê é o branco já transalmado da minha besta ruana, a Russa. Por 33 anos naqueles pastos ela prosperou, mas duas pestes por sobre a mãe de todas as faltas d'água, fez minha Russa não ver outro janeiro. Matei ela com dois peões, quem me dera ter uma garrucha. Antes e depois chorei de tristeza. Russa que para os seus, com 33 anos estava para Matusalém. Não para Cristo. Cruz que vejo sendo carregada nessa história, pesa sobre minhas costas. Malungo que sou, na idade do Filho do Senhor. "Não fiques triste...