Padrões incompletos

Mais presente se faz aquilo que está ausente. Constato que nesses tempos do pouco nascer são as auras daqueles que direito tinham de lumiar e não acederam, que preenchem o pesado sentir que permeia o éter. Vossasenhoria perceba que o movimento do simples deslizar no vento, no graminhá, nestas partes de tempos e terras, parecem contra-inerciais com mais intensidade.

Carregamos pedras mesmo no repousar, pressões do faltante sobre aquelas dos tão presentes à tempos anteriores. Com o surdo golpe de cabeça de aço quebram-se os granitos que topamos no caminho que se segue. Mas marreta alguma acerta naquilo que não se vê ou toca. Pedras dos faltantes, ausentes por si próprias, são as cruzes que nosso Senhor nos deu para todo sempre suportar. 

Imagem de Ivan Tsaregorodtsev no Unsplash

Imortalidade querem os homens-crianças de Carl Jung. A mim vida eterna não se faz, sendo a morte bem vinda na hora certa, que não é a hora longe nem a perto. Na consciência daqueles que aceitam a própria mente, padrões seguem incompletos por aquilo que deveria existir mas não se fizeram reverso na energia por massa e luz. Permanecem no éter sentidos, mas não vistos. No pensar e trespensar, mais padrões incompletos à acumularem-se até que sozinhos no cinza da cidade e na solitude do nosso ocaso, restam-nos somente aquilo que nos falta. 

O limiar do bem-vinda seja a morte, para que se faça o direto da massa pela energia e nós próprios nos unamos ao éter, na companhia de tudo aquilo que antes nos tornava padrões incompletos. Agora plenos, sob a luz de nosso Senhor.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Conflito eterno de uma mente sem abrigo

As cabras que morrem

Not-Furya, but BSB